16/03/2013

CONVENIÊNCIA




Fazer o bem pelo único prazer de fazê-lo, amar sinceramente
dando o melhor de nós mesmos sem pensar em retribuições - eis a base do amor incondicional.
A sinceridade é o melhor antídoto para afastar falsas amizades.
Convidar à mesa os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos -
na recomendação de Jesus - é angariar relacionamentos
satisfatórios, leais, estimulantes, sem segundas intenções.
Talvez por querermos levar vantagens e proveito em tudo,
tenhamos atraído para o nosso círculo afetivo amizades vazias,
distorcidas, que representam verdadeiros parasitas de nossas
energias. Por isso nos sentimos, algumas vezes, inadaptados ao meio em que vivemos.
Mas se amarmos por amar, encontraremos criaturas que não
se preocuparão com as escalas hierárquicas e nos aceitarão como
somos. Não esperarão de nós toda a sabedoria para todas as
respostas, apenas compartilharão conosco o carinho de bons amigos.
O refrão da conveniência é: “vou te amar se...
Se me recompensares, serei teu amigo.
Se me convidares, eu te prestigiarei.
Se ficares sempre a meu lado, eu te amarei.
Se concordares comigo, concordarei contigo.
Jesus nos pede desinteresse nas relações, e não imposições
de conformidade com as nossas paixões. Ele nos ensina a lição de
não manipularmos ocasiões, porque toda cobrança fragiliza
relacionamentos, e em verdade é uma questão de tempo para que tudo venha a ruínas.
Os sentimentos verdadeiros não são mercadorias
permutáveis, mas alimentos nutrientes das almas, os quais nos dão
fortalecimento durante as provas e reerguimento perante as lutas expiatórias.
Quando esperamos que os outros supram nossas carências e
nos façam felizes gratuitamente, não estamos de fato amando, mas explorando-os.
Ao identificarmos jogos de manipulação, procuremos
relembrar nossa verdadeira missão na Terra, pois sabemos que não
viemos a este mundo a fim de agradar os outros ou viver à moda
deles, mas para aprender a amar a nós mesmos e aos outros, sem condições.
Em muitas ocasiões, fundimos nossos sentimentos com os de
outros seres - cônjuge, pais, filhos, amigos, irmãos - e perdemos
nossas fronteiras individuais, por ser momentaneamente
conveniente e cômodo. A partir daí, esperamos sempre retribuições
deles, nossos amados, e sofreremos se eles não fizerem tudo como desejamos.
Esquecemos de abrir o círculo da afetividade para outros
seres e não percebemos o quanto é saudável e imensamente
vitalizante essa postura. Continuamos a convidar à mesa somente
aqueles com quem fazemos questão de compartilhar mútuos interesses.
Embora, de início, não avaliemos o mal que essa atitude nos
causa, é provável que soframos a solidão num amanhã bem
próximo, pois os laços afetivos podem ser desfeitos pela morte
física ou por separações outras. Por termos restringido esses
vínculos afetivos, sentiremos certamente a tristeza de quem se
acha só e abandonado como se tivesse perdido o “chão”.
A observação dos jogos sociais dar-nos-á sempre uma real
percepção de onde e quando existem encontros unicamente realizados
para a busca de vantagens pessoais. E para que possamos
promover autênticos encontros, providos de sinceridade e boas
intenções, é preciso sejamos primeiramente honestos com nós
mesmos, para atrairmos as legítimas aproximações, através de
nossos pensamentos e propósitos de franqueza.
A vantagem dos relacionamentos sinceros é uma abertura de
nossa afetividade em círculos cada vez maiores, que, por sua vez,
edificarão uma atmosfera de carinho e lealdade em torno de nós
mesmos, atraindo e induzindo criaturas francas e maduras a
partilhar conosco toda uma existência no Amor.
 
 
Do livro ‘’RENOVANDO ATITUDES’’ – Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto.
 
 

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