Jesus de Nazaré considerava, certa ocasião,
como os convidados de uma festividade se comportavam
precipitadamente, na ânsia de tomar os lugares principais da mesa,
com isso desrespeitando os princípios básicos do bom senso e da educação.
mesmo? Essa a grande proposta feita pelo Mestre nesta parábola.
Será que o lugar que ocupas hoje é teu mesmo? Ou influências
externas te levam a direções antagônicas de acordo com o teu modo de pensar e agir?
Tens escutado a voz da alma, que é Deus em ti, ou escancarado
teus ouvidos às opiniões e conceitos dos outros?
Nada pior do que te sentires deslocado na escola, profissão,
circulo social ou mesmo entre familiares, porque deixas parentes,
amigos, cônjuges e companheiros pensarem por ti, não permitindo
que Deus fale contigo pelas vias inspirativas da alma.
Essa inadaptação que sentes é fruto de teu deslocamento
íntimo por não acreditares em tuas potencialidades. Achas-te
incapaz, não por seres realmente, mas porque te fazes surdo às
tuas escolhas e preferências oriundas de tua própria essência.
Se permaneceres nesse comportamento volúvel, apontando
frequentemente os outros como responsáveis pela tua inadequação
e conflitos, porque não assumes que és uma folha ao vento entre as
vontades alheias, te sentirás sempre um solitário, ainda que
rodeado por uma multidão.
Porém, se não mais negares sistematicamente que tuas
ações são, quase na totalidade, frutos do consenso que fizeste do
somatório de conselhos e palpites vários, estarás sendo, a partir
desse instante, convidado a sentar no teu real lugar, na mesa da existência.
Por fim, perceberás com maior nitidez quem é que está movimentando
tuas decisões e o quanto de participação tens nas tuas opções vivenciais.
No exame da máxima “todo aquele que se eleva será
rebaixado e todo aquele que se rebaixa será elevado”, vale considerar
que não é a postura de se “dar ares” de humildade ou a de se
rebaixar de forma exagerada e humilhante que te poderá levar
à conscientização plena da tua localização dentro de ti mesmo.
Sintonizando-te na verdadeira essência da humildade, que é
conceituada como “olhar as coisas como elas são realmente”, e
percebendo que a tua existência é responsabilidade unicamente
tua, é que tu serás tu mesmo.
Ser humilde é auscultar a origem real das coisas, não com os
olhos da ilusão, mas com os da realidade, despojando-se da
imaginação fantasiosa de uma ótica mental distorcida, nascida
naqueles que sempre acham que merecem os “melhores lugares” em tudo.
Vale considerar que, por não estarmos realizando um
constante exercício de auto-observação, quase sempre deduzimos
ou captamos a realidade até certo ponto e depois concluímos o
restante a nosso bel-prazer, criando assim ilusões e expectativas
desgastantes que nos descentralizam de nossos objetivos.
Quem encontrou o seu lugar respeita invariavelmente o lugar
dos outros, pois divisa a própria fronteira e, consequentemente, não
ultrapassa o limite dos outros, colocando na prática o “amor ao próximo”.
Para que encontres o teu lugar, é necessário que tenhas uma
“simplicidade lúcida”, e o despojar dos teus enganos e fantasias
fará com que encontres a autêntica humildade.
Para que não tenhas que ceder teu lugar a outro, é indispensável
que vejas as coisas como elas são realmente e que uses
o bom senso como ponto de referência para o teu aprimoramento e
para a tua percepção da verdade como um todo. Procura-te em ti
mesmo: eis a possibilidade de sempre achares o lugar que te
pertence perante a Vida Excelsa.
Do livro ‘’RENOVANDO ATITUDES’’ – Hammed/Francisco do Espírito Santo Neto
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